Zambelli: o deboche e o tiro no pé 4h5i1s

Depois de correr, armada, atrás de um homem negro pelas ruas dos Jardins, Zambelli agora voa com uma lança em direção ao peito de seu ex-chefe, Jair qt2t

Fonte: Oliveiros Marques - Publicada em 04 de junho de 2025 às 16:12

Zambelli: o deboche e o tiro no pé

Carla Zambelli (Foto: Reprodução/Twitter)

Eles aram de todos os limites. A fuga da deputada Carla Zambelli, pela fronteira do Paraná com a Argentina, com uma escala nos Estados Unidos antes de seguir para a Itália, consolida o escárnio dos bolsonaristas diante das leis e do Poder Judiciário brasileiros. Começou com os blogueiros de fake news, ou pelos golpistas de 8 de janeiro, por Eduardo Bolsonaro, e agora chega a Zambelli.

Mas como inteligência nunca foi o ponto forte entre os bolsonaristas, Zambelli errou - de novo. Primeiro, ao acreditar no conto de fadas de que não será extraditada pelo governo italiano. A deputada, que construiu e fez vida na Espanha, provavelmente nem sabe o que significa prigione em italiano. Esquece que, em casos como este, a Itália considera a nacionalidade prevalente - e, como lembra o professor Wálter Maierovitch, a fugitiva “nunca teve nenhuma atividade na Itália: não nasceu lá, não estudou ou se formou lá, nunca trabalhou ou viveu no país”. Ou seja, a cidadania italiana, neste contexto, não lhe servirá de abrigo.

O segundo erro - que alguns dirão ter sido proposital, como forma de vingança - foi tornar pública a própria fuga. Com isso, Zambelli não apenas se incrimina, mas complica ainda mais a vida de Bolsonaro. Agora, além de já carregar a culpa, ainda que não necessariamente justa, pela derrota do bolsonarismo em 2022, será responsabilizada pelo arrocho inevitável que Alexandre de Moraes deverá impor ao ex-presidente e aos demais golpistas. A possibilidade de fuga virou sinal de alerta: o risco de debandada é real. Depois de correr, armada, atrás de um homem negro pelas ruas dos Jardins, Zambelli agora voa com uma lança em direção ao peito de seu ex-chefe, Jair.

A consequência dessa atitude debochada, reforçando o que Eduardo Bolsonaro já vinha fazendo, exigirá do STF uma resposta firme. Se não pesar a mão, a Corte corre o risco de ser desmoralizada, ando à sociedade a mensagem de que atentar contra o Estado Democrático de Direito compensa. Não há, portanto, outro caminho senão restringir imediatamente a mobilidade dos investigados: seja com tornozeleiras eletrônicas, confisco de aportes ou a decretação de prisões provisórias ou preventivas.

Ao fim e ao cabo dessa fuga espetaculosa, Zambelli pode acabar ainda mais odiada pela própria horda bolsonarista. Logo, e bem mais cedo do que imaginamos, dirão que ela foi a responsável pela prisão de Jair Bolsonaro - a quem poderá fazer companhia na Papuda, vinda direto de Roma.

Oliveiros Marques 4r2r2t

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

69 artigos

Zambelli: o deboche e o tiro no pé 4h5i1s

Depois de correr, armada, atrás de um homem negro pelas ruas dos Jardins, Zambelli agora voa com uma lança em direção ao peito de seu ex-chefe, Jair

Oliveiros Marques
Publicada em 04 de junho de 2025 às 16:12
Zambelli: o deboche e o tiro no pé

Carla Zambelli (Foto: Reprodução/Twitter)

Eles aram de todos os limites. A fuga da deputada Carla Zambelli, pela fronteira do Paraná com a Argentina, com uma escala nos Estados Unidos antes de seguir para a Itália, consolida o escárnio dos bolsonaristas diante das leis e do Poder Judiciário brasileiros. Começou com os blogueiros de fake news, ou pelos golpistas de 8 de janeiro, por Eduardo Bolsonaro, e agora chega a Zambelli.

Mas como inteligência nunca foi o ponto forte entre os bolsonaristas, Zambelli errou - de novo. Primeiro, ao acreditar no conto de fadas de que não será extraditada pelo governo italiano. A deputada, que construiu e fez vida na Espanha, provavelmente nem sabe o que significa prigione em italiano. Esquece que, em casos como este, a Itália considera a nacionalidade prevalente - e, como lembra o professor Wálter Maierovitch, a fugitiva “nunca teve nenhuma atividade na Itália: não nasceu lá, não estudou ou se formou lá, nunca trabalhou ou viveu no país”. Ou seja, a cidadania italiana, neste contexto, não lhe servirá de abrigo.

O segundo erro - que alguns dirão ter sido proposital, como forma de vingança - foi tornar pública a própria fuga. Com isso, Zambelli não apenas se incrimina, mas complica ainda mais a vida de Bolsonaro. Agora, além de já carregar a culpa, ainda que não necessariamente justa, pela derrota do bolsonarismo em 2022, será responsabilizada pelo arrocho inevitável que Alexandre de Moraes deverá impor ao ex-presidente e aos demais golpistas. A possibilidade de fuga virou sinal de alerta: o risco de debandada é real. Depois de correr, armada, atrás de um homem negro pelas ruas dos Jardins, Zambelli agora voa com uma lança em direção ao peito de seu ex-chefe, Jair.

A consequência dessa atitude debochada, reforçando o que Eduardo Bolsonaro já vinha fazendo, exigirá do STF uma resposta firme. Se não pesar a mão, a Corte corre o risco de ser desmoralizada, ando à sociedade a mensagem de que atentar contra o Estado Democrático de Direito compensa. Não há, portanto, outro caminho senão restringir imediatamente a mobilidade dos investigados: seja com tornozeleiras eletrônicas, confisco de aportes ou a decretação de prisões provisórias ou preventivas.

Ao fim e ao cabo dessa fuga espetaculosa, Zambelli pode acabar ainda mais odiada pela própria horda bolsonarista. Logo, e bem mais cedo do que imaginamos, dirão que ela foi a responsável pela prisão de Jair Bolsonaro - a quem poderá fazer companhia na Papuda, vinda direto de Roma.

Oliveiros Marques 4r2r2t

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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